domingo, 24 de abril de 2016

Mais banal que amor passageiro?

Talvez, só talvez, olhar seus olhos e ganhar seu riso logo de cara tenha sido um dos maiores socos no estômago que já tomei. Não estava pronto pra isso.

Você e seus óculos de ponta me lembravam a Penélope charmosa, tinha o seu cabelo cacheado e de uma cor que brilhava pra mim, não sei bem definir... Sei que ao te ver de perfil pensei: "eu quero namorar essa menina".

Na real mal sabia o seu nome, era uma coisa meio estranha, parece que não tive tempo de perguntar, as idéias bateram rápido demais, seu riso me amimava, as trocas de olhares eram frequentes e eu pensava: "como dizer 'eu te amo' em meia hora de conversa?"

Sei que não amava, nem perto de uma palavra dessa eu estava. Talvez fosse só uma paixão passageira, tipo aquelas que temos quando cruzamos com um desconhecido na rua, e consequentemente imaginamos os próximos 5 anos com aquela pessoa.

Só que tem um problema: imaginamos isso em 6 segundos, o tempo que dura o contato visual com esses estranhos na rua. No nosso caso, ou melhor, no meu, tive a chance de imaginar isso em meia hora ou mais, e foi incrível.

Ninguém conhece os pais em 6 segundos, em 30 minutos também não, mas você conheceu, em meio a alguns risos e cumprimentos engraçados.

Eu queria, naquele dia, ter ido pra casa imaginando seu beijo, imaginando talvez um encontro com café, sem muita pretensão a principio, mas com a intensidade daqueles olhares intensos que trocamos...

O certo aquela noite era não segurar sua mão, eu fiz o errado. O certo era não olhar tanto nos seus olhos (atitude essa que fazia meu coração disparar), eu fiz o errado. O nosso beijo devia ter sido algo tão esperado como o cometa Halley, a gente sabe que vai chegar, pode demorar 60 e tantos anos, mas ele vai acontecer, e será incrível.

A pressa e a perfeição andaram juntas por quase duas horas aquela noite, a combinação perfeita pra um coração que precisava bater com vontade própria e não por obrigação.

E depois? Depois da euforia? Após os beijos desesperados e desajeitados, o que sobrou?

Talvez só eu tenha vivido aquilo tudo. E como o erro da pressa eu tente corrigir, ainda tenho fé no retorno do cometa.

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